15 janeiro 2010

Na agonia, Bruins sai vencedor do clássico



Faltando pouco mais de três minutos pro término do confronto, com um gol atrás, o time de Boston conseguiu o empate e, mais tarde, na prorrogação, a grande virada, que lhe cedeu a vitória na mais emocionante das três edições do Winter Classic

Não conseguiram o sexto título da Stanley Cup, mas a celebração dos jogadores do Boston Bruins foi equivalente, após um final feliz e tardio (créditos da foto: http://bostonsportsu18.com).

Fundado em 1912, famosamente conhecido como "Monstro Verde", o mais antigo de todos os estádios de baseball, ainda em atividade, teve na última sexta-feira uma apresentação memorável. Nesse grande palco, o Fenway Park, já se foram realizados eventos de futebol americano, basquete, boxe e futebol.

No primeiro dia do ano de 2010, foi a vez do hockey.

"A experiência é única na vida. Bruins, Flyers, 40.000 torcedores num dia perfeito, você não poderia pedir nada melhor para ‘o jogo’ do hockey", comentou Peter Laviolette, treinador do Flyers, que mesmo perdendo depois de uma sequência de quatro triunfos, estava animado por ter feito parte do jogo ao ar livre, realizado anualmente pela NHL.

Michael Leighton, goleiro que defendeu a equipe da Philadelphia, revelou sua ansiedade de antes do confronto: "Eu fiquei meio nervoso à noite (quinta-feira). Você não percebe o quão grande é o negócio até que esteja realmente aqui e veja como é."

- Você pode falar disso para sempre - citou Claude Julien, técnico do Bruins - É uma ótima história e é muito mais fácil (pra gente) dizer que é divertido, pois nós ganhamos.


O jogo

Logo aos 12 minutos, Dan Carcillo (Flyers) e Shawn Thornton (Bruins) se envolveram na primeira briga da história do Winter Classic, levando a multidão à loucura. Carcillo terminou rapidamente a luta, acertando um forte golpe de direita em Shawn, derrubando-o no gelo.

Após um início sem muitas emoções (exceto o "arranca-rabo"), Danny Syvret deu a liderança ao time visitante, quase aos cinco minutos da segunda etapa, tendo uma pequena ajuda de Thomas, que falhou no lance. Foi seu primeiro gol da carreira na NHL.

Contrariando o que todos previam, o mandante não reagiu bem. Ao longo dos 20 minutos, chutou apenas a metade do que defendeu (12 a 6). Por outro lado, seu goaltender, que irá participar das Olimpíadas de Inverno pela seleção americana, se redimiu e parou dois breakaways perigosíssimos – além de ter salvo várias vezes a equipe local.

No começo do terceiro período o Bruins chegou perto do empate. Marco Sturm arriscou um chute de muito longe (praticamente da red line) e o puck "amorteceu" em Leighton, porém continuou sua trajetória, até parar na trave. Ao verem o replay desse lance, todos os presentes suspiraram fortemente pela oportunidade que não se vingou por um triz.

Apesar do susto, o Flyers seguia bem na partida, mantendo o ritmo acelerado e não dando espaço para uma possível resposta do oponente, entretanto pagou caro pela indisciplina justo na última fase.

Um desvio de Mark Recchi, no lançamento de Derek Morris (com assistência de David Krejci), deixou Leighton sem chance de defesa, saindo, assim, o gol de empate do "anfitrião", no powerplay, e prorrogando então o final ao overtime.

- Por um tempo lá, não sabia se eles descobririam como esses fãs iriam reagir se eles marcassem um gol - detalhou Julien sobre a demora da igualdade.


A glória

Nasceu de Zdeno Chara a troca de passes que resultou no game-winning-goal. O capitão de 2,06m de altura "puxou" seus companheiros Patrice Bergeron e Marco Sturm para frente, e a dupla soube trabalhar muito bem a posse do disco.

Com um toque sutil no chute de Bergeron, Sturm consagrou a vitória do Boston Bruins no clássico. Posteriormente, foi nomeado o first star da partida, e disse: "Isso, eu acho, é o que eu provavelmente sonhei nesta manhã." Ainda completou: "Acho que cada jogador quer marcar no overtime – especialmente num jogo como esse."

- Tenho certeza que isso vai ficar com a gente para o resto de nossas vidas - pronunciou Chara.

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